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Evento da Abrafiltros analisa cenário da economia brasileira em 2023

Segundo Prof. Roberto Dumas, especialista em economia, juros devem continuar altos, desestimulando varejo e serviços, que apresentarão tendência à estabilidade; bem como a indústria que terá menor crescimento. O destaque é positivo para o agronegócio.


Apesar do novo tabuleiro político e geopolítico, a economia brasileira deverá crescer 3% em 2022 e 1,1% em 2023. Esta foi a previsão apresentada no Ciclo de Palestras da ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, pelo Prof. Roberto Dumas, mestre em Economia, com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro doméstico e internacional, realizado no dia 14 de dezembro, no Centro Universitário FEI – Auditório Valentim Santos Diniz – Prédio J, em São Bernardo do Campo-SP.


Como não dá para apresentar o cenário brasileiro, sem considerar as mudanças mundiais, destacou alguns fatores relevantes de outros países, como os Estados Unidos. “No primeiro e segundo trimestres de 2022, o PIB dos EUA caiu 1,6% e 0,9%, respectivamente, mas voltou a subir 2,6% no terceiro trimestre, devido a idiossincrasias, entre elas, a importação, que subiu demais no país, motivada pelo câmbio apreciado”, comentou Dumas, acrescentando: “A renda das famílias americanas subiu, importaram mais, por isso o PIB lá caiu, mas o consumo continuou”. Além disso, no país, estão sendo criadas mais vagas de empregos do que o número de desempregados. Há também a questão da inflação nos Estados Unidos, que chegou a 7,1% em junho de 2022, e é mais perniciosa do que no Brasil, onde os preços, reajustes de aluguel e de salários são “administrados”. “A taxa de juros, de 3,75%, 4%, continuará subindo até 5,25% nos Estados Unidos”, disse Dumas, acrescentando: “Vão pagar mais, o dinheiro vai embora e, no Brasil, o câmbio depreciará”. Para ele, a partir de uma reversão em novembro, as moedas dos países desenvolvidos continuarão com a tendência de depreciação, assim como o euro.


Em contrapartida, o Brasil teve o 12º melhor desempenho do PIB trimestral (2º trimestre) entre as maiores economias e poderá atrair mais investimentos para o Brasil, estimulados também pela depreciação do câmbio.


Sobre o comércio varejista e a o setor de serviços, comentou que cresceram em 2021, com alta mais modesta no primeiro e maior expansão no segundo. O primeiro está subindo, mas nem tanto, está mais próximo à estabilidade. “Em setores como móveis, eletrodomésticos e materiais de escritório, isto ocorre devido à base de comparação, bem mais alta no ano anterior por causa do fim das medidas restritivas para conter a pandemia”, afirmou. A previsão para o setor de serviços é de crescimento, mas em cima de uma base depreciada, e deve voltar à normalidade em 2023.


Citou alguns entraves para o desempenho da indústria, como a precariedade da infraestrutura (estradas) e da educação (capacitação de profissionais), bem como a taxa de juros. Disse também que a elevação do salário mínimo deve acompanhar produtividade do trabalhador, o que não acontece. “O governo quer aumentá-lo bem mais que a produtividade”, afirmou. Sobre o endividamento das famílias, explicou que não é tão elevado, o problema é o alto custo. Por isso, não vai ser por meio do crédito é que o Brasil crescerá.


Falou também que a trajetória da dívida pública no Brasil é explosiva e a percepção é de aumento de risco fiscal. Assim, segundo Dumas, não ocorrerá queda de juros.


Com relação às exportações brasileiras, explicou que os países compradores estão com dificuldades. Os Estados Unidos, segundo maior comprador do país, vai entrar em recessão, assim como a Europa e a Argentina. Já o ritmo de crescimento da China será bem menor. Apesar das importações dos chineses de carnes estarem aumentando para reposição do estoque de proteína animal no país devem se estabilizar. “Vai vender para quem?”, disse. Por isso, não ocorrerá um boom nos embarques ao mercado externo. Mas, ressaltou que a dependência da China por grãos, milho e soja, veio para ficar. Ponto para o Brasil, um dos maiores exportadores.


Ao final da apresentação, mesmo com os desafios do cenário de inflação pós-pandemia em diversos países e efeitos da mudança da geopolítica no mundo, ocasionada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, Dumas afirmou que o agronegócio registrará bom desempenho, apesar de os micros e pequenos produtores ainda estarem assustados, com temor de invasões, confisco de terras, demarcação de terras indígenas e terrorismo, o que deve passar em três meses. Para o economista, o setor deve superar os desafios, pois, mesmo com os problemas nas economias mundiais, a demanda ainda é alta por alimentos, e será o que puxará a economia brasileira. “Mas, há risco de tributação da exportação”, finalizou.


A palestra do professor Dumas, encerrou a programação 2022 do Ciclo de Palestras Abrafiltros. Segundo João Moura, presidente da Abrafiltros “O ano de 2022 foi desafiador, porém o setor de filtros deverá registrar crescimento, recuperando sobretudo as perdas do período mais duro da pandemia. Soma-se a este resultado o empenho, trabalho e dedicação das empresas e profissionais do setor”.

Assista ao evento na íntegra, através do link: https://youtu.be/4RKVobkd-GU


Sobre a Abrafiltros:

Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.

Mais informações:

Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa

www.versoassessoriadeimprensa.com.br

https://www.abrafiltros.org.br/


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